Carta 44 | Mês do Trabalho

Por Erick Ohanesian Polli | Cesit

Dando continuidade à nova fase da Carta Social e do Trabalho, agora com a organização realizada pelos alunos da pós-graduação do CESIT e buscando ser um espaço de construção do debate para pós-graduação, apresentamos a Edição 44. Neste volume, contamos com uma resenha, cinco artigos e um resumo de dissertação, em que são tratadas algumas das temáticas importantes da Economia Social e do Trabalho, como o trabalho doméstico, a uberização do trabalho, trabalho infanto-juvenil e estratégias de desenvolvimento para o Brasil.

O primeiro texto intitulado “O cuidado: teorias práticas de Helena Hirata: olhares sobre Brasil, França e Japão” é uma resenha de autoria de Ezequiela Zanco Scapini e Lara Bonin Campoli do livro de Helena Hirata. A resenha trata sobre o trabalho com cuidados necessários para a reprodução social, algo essencial para a vida humana, ainda mais com o envelhecimento da população. Este trabalho embora essencial, destacam as autoras, é realizado majoritariamente por mulheres e é pouco valorizado.

O segundo texto é um artigo, da autora Taís Dias Morais, intitulado “A construção do trabalho doméstico assalariado no Brasil”, em que realiza uma análise histórica do trabalho doméstico, desde o período da escravidão, e como isso ainda afeta o trabalho doméstico nos dias de hoje. A base histórica marcou uma estrutura de desigualdade racial e de gênero, fazendo com que esse trabalho apresente alta informalidade, ausência de regulamentação e baixos rendimentos.

O artigo seguinte, “O trabalho doméstico remunerado durante a pandemia de Covid-19: expansão da vulnerabilidade, precariedade e exploração”, escrito por Juliana Meira e Joyce Lima Matos trata também sobre o trabalho doméstico, com um enfoque nas mudanças propiciadas pela pandemia de Covid-19. As autoras explicam que o trabalho doméstico é realizado, em sua maioria, por mulheres negras e investigam os elementos que contribuíram para uma maior vulnerabilidade de classe de trabalhadores durante a pandemia.

Na sequência, o artigo de Aline Marcondes Miglioli, intitulado “Airbnb: aluguel temporário e trabalho uberizado” aborda o trabalho realizado pelos anfitriões da plataforma digital Airbnb. O aplicativo permite que as pessoas coloquem suas casas, ou quartos de sua casa, para alugar, intermediando a relação entre hóspedes e anfitriões. A plataforma possui um ranking para avaliar os anfitriões, tendo como critérios a qualidade e o ritmo do serviço, sendo que os anfitriões não possuem qualquer tipo de vínculo com a plataforma e, também, ocorre uma junção do local de trabalho com o local de moradia, uma vez que o lar é a mercadoria negociada.

O quinto texto é o artigo intitulado “As estratégias de desenvolvimento dos governos Lula e Dilma” de Fernando Carmona Pedroso. O autor se propõe a analisar as estratégias de desenvolvimento adotadas nos dois primeiros governos Lula, onde, segundo o autor, houve uma lenta transição de uma hegemonia neoliberal para um modelo desenvolvimentista, e no governo Dilma, que optou por uma estratégia desenvolvimentista mais ambiciosa, porém perdeu sua base de sustentação política.

O texto seguinte, artigo de autoria de Renan Ferreira de Araújo, “Apontamentos sobre a relação entre neoliberalismo e financeirização a partir de uma conceituação marxista dos fenômenos”, parte de uma análise marxista para abordar as relações entre o neoliberalismo e a financeirização, estabelecendo esta última como a característica geral da acumulação capitalista.

Por fim, o último texto apresentado é o resumo da dissertação defendida em 2022, no instituto de economia da Unicamp, com o título “(Des) Proteção social a adolescentes que trabalham no tráfico de drogas: limites e desafios ao SUAS e ao SINASE”. De autoria de Vinicius Saldanha de Jesus, a pesquisa se debruça sobre o trabalho de adolescentes inseridos no tráfico de drogas no Brasil, e busca analisar as causas desse trabalho. O autor apresenta que a sua incidência está ligada a fatores econômicos e sociais, e defende que deve ser enfrentada por uma perspectiva de proteção social, antagônica à lógica punitivista.

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Fonte: Cesit

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