Sistema avalia exposição ocupacional ao calor
Por FUNDACENTRO
Na sexta-feira (22), começou o verão, que pode ser um dos mais quentes da história, com temperaturas acima da média durante boa parte da estação. O calor extremo, que temos visto nos últimos tempos, interfere diretamente nas condições de trabalho daqueles que atuam em áreas externas, gerando exposição que pode ser prejudicial à saúde. No entanto, é possível monitorar e prever essas situações para realizar medidas preventivas com o Monitor IBUTG, sistema que avalia a exposição ocupacional ao calor e está disponível gratuitamente para celulares Android e iOS e para computador pelo site da ferramenta.
“Assim como tem sido observado no passado recente, as previsões dos modelos de longo prazo para as próximas décadas são de elevação da temperatura. Temos sentido ondas intensas de calor no Brasil como consequência das mudanças climáticas, do aquecimento global provocado pela liberação de gases do efeito estufa. E, neste ano, o calor tem sido ainda potencializado pelo fenômeno climático El Niño”, explica o meteorologista Daniel Bitencourt, tecnologista da Fundacentro, instituição de pesquisa em saúde e segurança do trabalhador vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Trabalhadores que realizam atividades extenuantes vivenciam situação de estresse térmico elevado, especialmente os que atuam ao ar livre, como agricultores. Com o App Monitor IBUTG ou pelo site, é possível estimar tanto o calor metabólico do trabalhador, por meio do método de composição de movimentos da atividade laboral, como o calor ambiental recebido pelo corpo, utilizando dados atmosféricos. “Esses dois parâmetros são fundamentais para a avaliação da exposição ocupacional ao calor”, aponta Bitencourt.
O Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) é estimado a partir de duas bases de dados, Uma mostra a situação do calor nas últimas horas e últimos dias, a partir da rede de observação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A outra apresenta as simulações futuras do calor, a partir das previsões numéricas de tempo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Com os dados do Inmet, a ferramenta faz a avaliação da exposição ocupacional ao calor a cada hora do turno diurno de trabalho para os dois dias anteriores e, em tempo quase real, para o dia atual. Já com os dados do Inpe, os usuários têm acesso a uma estimativa da exposição ocupacional ao calor para as próximas horas do dia atual e para mais sete dias subsequentes. Dessa forma, os riscos do calor são antecipados, possibilitando adotar medidas preventivas ou corretivas para preservar a saúde dos trabalhadores.
Para apresentar um panorama geral do calor ocupacional em todo o território brasileiro, o sistema também fornece mapas de previsão com antecedência de até uma semana, que mostram valores do IBUTG médio e máximo no turno diurno de trabalho. Na versão aplicativo de celular, o trabalhador pode definir a localidade e as atividades que normalmente executa para, com base nas previsões do IBUTG, receber notificações de alerta.
A ferramenta ainda fornece relatórios históricos da avaliação ao calor, que podem subsidiar pesquisas com avaliações da exposição ao calor para qualquer localidade do Brasil durante longos períodos do passado.
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Fonte: FUNDACENTRO
Data original de publicação: 19/12/2023