Aniversário de SP: iniciativa promove melhorias em condições de trabalho de catadores de materiais recicláveis

Fonte: Senado Federal

Por Ana Beatriz Felicio, Gian Dias, Carolina Giancola | TV Globo e g1 SP

Todos os dias, Nanci Darcolete, de 47 anos, sai de casa, na região da Zona Leste da capital paulista, para trabalhar como catadora de materiais recicláveis. Mas, diferentemente de há alguns anos, agora o trabalho está menos pesado. Graças ao projeto Pimp My Carroça, conseguiu deixar de lado a pesada ferramenta de trabalho e agora passa pelas ruas usando um triciclo elétrico.

O Pimp My Carroça nasceu em 2012 com o intuito de tirar esses profissionais da invisibilidade, inicialmente customizando suas carroças. Hoje atua também em outras frentes, sempre com foco na melhoria da condição de trabalho dos catadores.

O Carroça do Futuro, do qual Nanci fez parte, consiste na criação de protótipos elétricos para justamente apoiar na hora da catação. “Eu adorei. Fiz uma coleta agora e não cheguei tão cansada”, conta ela que, além do trabalho nas ruas, atua como assistente de incidência política no Pimp. “O triciclo é totalmente elétrico, então eu não preciso puxar o peso todo. O catador guia a carroça, não puxa. É muito bom.”

Mas esta não é a realidade dos mais de 17 mil catadores de materiais recicláveis da cidade. Moacir da Silva, de 43 anos, conta que anda puxando a carroça sete horas por dia, há seis anos.

“Vejo as pessoas com uma elétrica, era o meu sonho também ter uma, porque é muita subida. Não ia fazer tanta força para puxar e daria para pegar mais coisas, às vezes a gente deixa coisa para trás porque não dá conta [de carregar]. Com a carroça elétrica, dá.”

Outra das ações do projeto foca na esfera corporativa, mobilizando empresas a investir nos catadores. Chamado de “Desafio Pimp”, consiste em levar profissionais para uma experiência na rua, vivenciando a rotina de um catador. O dinheiro arrecadado é revertido em melhorias para os catadores.

Um dos participantes do desafio foi Thiago Santos, que é diretor comercial. Ele conta que não imaginava que o dia a dia de um catador fosse tão extenuante.

“É meio inimaginável pensar que o catador passa horas do dia nesse trabalho bastante desgastante para ter uma remuneração bem baixa. É um desgaste físico e mental bastante alto e pensar que muitas dessas coisas iriam parar no lixo, sem o devido tratamento e aqui a gente tá garantindo a sustentabilidade do mundo. É um trabalho extremamente nobre e pouquíssimo reconhecido.”

Durante o desafio, cada equipe é acompanhada por um dos catadores que faz parte do Pimp, como se fosse um “mentor”, compartilhando um pouco da experiência pessoal com pessoas que, muitas vezes, não faziam ideia de como esses profissionais atuam.

David Max André, de 40 anos, é um deles e avalia que além do trabalho exaustivo nas ruas, ainda é vítima de preconceito. “O ser humano precisa aprender a reciclar. Eu não pego lixo, eu pego material reciclável. Lixo é o sistema.”

Para Nanci, iniciativas como as do Pimp são fundamentais para melhorar as condições de vida dos catadores, mas ainda falta muito.

“Eu já vi em vários municípios cooperativas de catadores sendo contratadas de forma remunerada para coleta seletiva. Mas aqui em São Paulo, por conta da dimensão, eu vejo que o desafio é muito maior. A gente ainda precisa discutir muito como os catadores autônomos, como eu, podem ser incluídos e remunerados.”

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Fonte: Ana Beatriz Felicio, Gian Dias, Carolina Giancola | TV Globo e g1 SP
Data original de publicação: 23/01/2024

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