Evolução tecnológica deve ser pensada também para o trabalho, dizem especialistas

Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)

Por Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI) teve como tema “Para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”

Foi realizada, durante o terceiro e último dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), a mesa de debate Impactos da Inovação e das Fronteiras do Conhecimento no Mundo do Trabalho, em que pesquisadores e especialistas sobre o mercado de trabalho e a sociedade falaram sobre a importância da inclusão do trabalhador na evolução tecnológica.

Para a diretoria técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e socióloga, Adriana Marcolino, de nada adianta a evolução tecnológica avançar se a base trabalhadora não seguir o mesmo caminho. “O processo de desenvolvimento diz respeito a isso: nós não estamos em iguais condições para pensar como vai ser o futuro digital com a inteligência artificial sem resolver os problemas de base”, explicou.

No mesmo sentido, a professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Thaís de Souza Lapa, considera que os processos de desenvolvimento devem ser realizados em consonância. “Temos que combinar a reindustrialização, a inovação, a digitalização e a sustentabilidade, com a geração qualificada de empregos e com a formação continuada do trabalhador. É preciso pensar a formação integral e uma requalificação dos processos de trabalho”, disse a pesquisadora.

Segundo o presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), Luiz Antônio Elias, a classe trabalhadora está próxima de ser mais uma vez prejudicada. “Cerca de 60% das ocupações de trabalho poderão ser impactadas no futuro próximo na questão da introdução dessas tecnologias”, afirmou.

Seguindo o debate, o representante da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), Victor Pellegrini Mammana, afirma que a inserção das tecnologias emergentes prejudica diretamente o mercado de trabalho. “Hoje, nós vemos no mundo os impactos das tecnologias emergentes, em especial o que se refere ao emprego representado pelos aplicativos e pelas plataformas, que mina o combate ao trabalho infantil, ao trabalho análogo à escravidão e ao tráfico de pessoas”, disse.

Juventude

O professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Euzébio de Souza, critica como este cenário atinge os jovens. “O jovem que pedala de 50 a 60 quilômetros e trabalha 12 horas por dia, todos os dias da semana, certamente não vai ter tempo de ir na universidade. Esse jovem certamente vai ter perdido o poder de fazer pesquisa e de se inserir na universidade. Um trabalho muito barato e precário impede o desenvolvimento e a inovação”, disse.

“Nós temos 50 mil milhões de jovens que poderiam estar utilizando essa capacidade criativa para solucionar problemas sociais no Brasil, problemas orgânicos das empresas, produzir, gerar inovação, mas eles estão sendo consumidos e perdidos no mercado do trabalho simplesmente porque eles são pobres”, finalizou.

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Por Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Data original de publicação: 02/08/2024

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