Grupo Temático 11: Emprego, Estrutura Ocupacional e Rendimentos

Coordenação:E-mails:
Jordão Nunes (UFG)jordao_fcs@ufg.br
Ivan Targino (UFPB)ivantarginomoreira@yahoo.com.br
Fernando Mattos (UFF)fermatt@uol.com.br

Ementa

Nas últimas décadas, o mercado de trabalho brasileiro vem passando por profundas transformações, refletindo a dinâmica cíclica da economia do país. Durante as décadas de 1980 e 1990, houve expansão do nível de desemprego, aumento da informalidade e queda da renda média do trabalho. A partir de 2004, observou-se o crescimento do emprego assalariado, a diminuição da participação do trabalho informal, a redução do desemprego e a melhoria da estrutura ocupacional e dos rendimentos. No entanto, esse período também foi marcado por aspectos que caracterizam a precarização de parte da estrutura ocupacional, como subcontratações, terceirizações e intensificação do trabalho, além da manutenção das profundas desigualdades do mercado de trabalho brasileiro. Na década de 2010, inicialmente, houve uma desaceleração nas melhorias observadas no mercado de trabalho brasileiro na década anterior. Além disso, houve uma reversão dessas tendências devido às crises econômica e política que afetaram a sociedade brasileira a partir de 2014. O cenário atual também é marcado por uma forte investida contra os direitos trabalhistas, especialmente após a aprovação da reforma trabalhista em meados de 2017, durante o governo Temer, e da reforma da previdência em 2019. Há indicações claras da desestruturação do mercado de trabalho, com o aumento do desemprego, da informalidade e da deterioração da renda do trabalho, decorrentes da desregulamentação das relações de trabalho e do aprofundamento da crise, exacerbada pelo contexto da pandemia a partir de março de 2020. Esses impactos têm sido percebidos tanto nos segmentos urbanos quanto nos rurais do mercado de trabalho. Este eixo temático visa refletir sobre as mudanças no emprego assalariado, no desemprego, na estrutura ocupacional e nos rendimentos, com foco especial em análises que considerem as diferenças setoriais, as mudanças ocorridas nos setores formal e informal e as desigualdades de gênero, cor, faixa etária, entre outras. Também serão valorizadas as análises sobre os serviços essenciais e o trabalho plataformizado, cuja importância se destacou durante a pandemia em curso e cujas ramificações terão impacto na estrutura ocupacional e nas formas de vinculação e rendimentos correlatas.

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