América Latina e o emprego nos tempos de pandemia

Imagem: Rovena Rosa / Agência Brasil

Por Vinícius Pinheiro|Organização Internacional do Trabalho

“Em todo o mundo, até 25 milhões de pessoas poderiam ficar desempregadas por causa do surto do COVID-19, segundo novas estimativas da OIT”

“As previsões para o emprego na América Latina não eram boas e, após a chegada da pandemia do COVID-19, elas são piores. Enfrentamos uma emergência que está infectando o mundo do trabalho e agora é uma prioridade agir de maneira eficaz para reduzir as consequências nos mercados de trabalho  da região.

Em muitos de nossos países, a maioria da população foi submetida a uma situação impensável há apenas algumas semanas. Com confinamento obrigatório e medidas de restrição de mobilidade, os motores de nossas sociedades se desaceleram e um estranho silêncio é imposto. Agora sabemos que, para além das fronteiras da medicina, enfrentaremos desafios sem precedentes como consequência do impacto econômico e social do COVID-19 .

A desaceleração econômica global, junto com a expectativa de propagação da pandemia, provocará um aumento no desemprego, principalmente entre os mais vulneráveis, maior precariedade, diminuição da renda e grande pressão sobre os sistemas de proteção social.

Em todo o mundo, até 25 milhões de pessoas poderiam se juntar às fileiras do desemprego por causa da pandemia, segundo novas estimativas da OIT, e, certamente, uma parte delas serão homens e mulheres desta região. O estudo da OIT também mostra que o número de pessoas em situação de pobreza laboral pode aumentar em cerca de 35 milhões, a maioria em países de renda média como os nossos.

O COVID-19 chega quando a falta de dinamismo econômico na América Latina já era notória. Em 2019, o crescimento médio foi de apenas 0,1% e a CEPAL havia previsto para 2020 escassos 1,3%. Na OIT, alertamos com preocupação que o desemprego aumentaria de 8,1% em 2019 para 8,4% em 2020. Em números absolutos, os mais de 25 milhões de desempregados atuais aumentariam para quase 27 milhões este ano.

Mas isso foi antes da pandemia.”

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Fonte: Organização Internacional do Trabalho
Data original de publicação: 27/03/2020

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