Entre novo emprego e exposição ao coronavírus: os dois lados da oferta de vagas na saúde

Imagem: Pixabay

Por Mariana Alvim| BBC News

“60 vagas enfermeiro com ou sem experiência, São Paulo.”

“Técnicos de enfermagem. Nós precisamos de vocês.”

“Contratação emergencial! Precisamos de médicos com urgência.”

Convocações como essas, encontradas em grupos no Facebook reunindo profissionais de saúde, são apenas alguns dos muitos anúncios que têm proliferado não só nas redes sociais, mas também em plataformas online de recrutamento divulgando novas vagas em hospitais privados, no atendimento prestado por associações beneficentes, e em unidades vinculadas a secretarias de Saúde municipais e estaduais pelo Brasil.

São instituições públicas e privadas de saúde correndo contra o tempo na preparação para a escalada de casos de coronavírus no país — número que já cresce a cada dia.

Ainda não há dados oficiais sobre um aparente aumento na oferta de trabalho para profissionais da saúde, mas entidades profissionais e empresas de recrutamento já veem sinais evidentes disso — em particular para certos cargos, como aqueles de atuação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que recebem os casos mais graves.

Formada há três anos, Kátia conta já ter vivido um início de profissão de sacrifícios. Natural de uma cidade no interior de São Paulo, ela se mudou para Santa Catarina por encontrar lá mais vagas que aceitassem recém-formados.

Até encontrar a vaga aberta na UPA por conta do coronavírus, a enfermeira estava trabalhando em uma clínica psiquiátrica — hoje, acumula os dois trabalhos, às vezes emendando turnos.

E, agora, o próximo passo do seu “sonho” é ser contratada por tempo indeterminado na UPA, onde diz estar satisfeita com o ambiente e condições de trabalho. Aliás, diferente de relatos de outros colegas pelo Brasil, ela diz estar recebendo Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) contra o coronavírus adequados — e conta já ter atendido pacientes com suspeita da doença.

Em São Paulo, o Coren-SP protocolou nesta semana um ofício ao Ministério Público denunciando condições inadequadas de trabalho em hospitais com base em denúncias de profissionais — que apontaram não disponibilização de EPIs para toda a equipe, carência de materiais mínimos de higienização e reutilização de materiais descartáveis.

Apesar de admitir que tem medo de se contaminar, Kátia diz que não pensou duas vezes em aceitar o emprego nesta pandemia. Ela sustenta os filhos e um deles, de 20 anos, foi diagnosticado recentemente com leucemia, o que traz novos custos com transporte para exames, remédios e outros procedimentos.

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Fonte: BBC News
Data original de publicação: 03/04/2020

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