“Quem apostou no fracasso da greve dos entregadores, perdeu”, avalia sociólogo Marco Aurélio Santana

Imagem: Unsplash

Por Eduardo Miranda | Brasil de Fato

“Vistos como membros de uma categoria pouco organizada e sem liderança para reivindicar direitos, os entregadores e entregadoras de aplicativos surpreenderam o país na última quarta-feira (1º), ao realizarem uma greve por condições mínimas de trabalho.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Marco Aurélio Santana, coordenador do Núcleo de Estudos Trabalho e Sociedade (NETS-UFRJ) do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ), disse que as empresas foram impactadas e que pode haver desdobramentos ainda maiores nas próximas paralisações.

“As empresas, apesar de minimizarem, sentiram os reflexos da mobilização. Aqueles que apostaram no fracasso dessa mobilização, perderam. O saldo político e organizativo é extremamente favorável. Agora, é ver como as empresas respondem às demandas que lhes foram endereçadas”, afirma Santana.

Ao analisar o cenário nacional como consequência da reforma trabalhista aprovada, em 2017, no governo de Michel Temer (MDB) e nos desmontes pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) de leis históricas que resguardavam direitos de trabalhadores, o professor alerta que a precarização é ainda mais ampla.

“Essa não é uma categoria nova no mundo do trabalho brasileiro, mas que sofreu transformações quantitativas e qualitativas. Junto com outros setores, eles estão na ponta do processo da chamada uberização do trabalho“, sinaliza o pesquisador, acrescentando que um novo movimento pode estar nascendo a partir das greves dos entregadores de aplicativos.”

Confira a entrevista neste link

Fonte: Brasil de Fato

Data original da publicação: 02/07/2020

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