A reforma trabalhista, precarização do trabalho e doenças ocupacionais
Álvaro Luiz Pinto Pantaleão | Migalhas
Já expus neste nobre espaço o quão deletério foi para os(as) trabalhadores(as) a reforma trabalhista patrocinada pela elite econômica brasileira, com o apoio de um presidente oportunista que no melhor estilo na nossa espoliada américa latina golpeou e fragilizou ainda mais a nossa anêmica democracia. Quem perdeu? Como sempre o povo brasileiro!
Mas vou expor recente caso que serve de exemplo para o que já se afirmou em artigos jornalísticos de uns poucos que tem a coragem de enfrentar os truculentos fascistas de plantão:
Todos(as) que tem carro ou moto conhecem uma categoria de trabalhadores: os frentistas de postos de gasolina. Trata-se de uma atividade que tem risco ambiental laboral elevado, pois manuseiam agentes químicos; a exposição a tais agentes (entre eles o cancerígeno Benzeno) levam à absorção via dérmica ou inalatória dessas substâncias químicas, acarretando aumento das concentrações no sangue e alterações na medula óssea. Há um aumento considerável das chances que a pessoa exposta desenvolva intoxicação aguda e também leucemia e outros cânceres sanguíneos.
Em diligência pericial que realizei na grande São Paulo, pude observar em um trabalhador que desenvolveu neoplasia hematológica (um jovem de pouco mais de 30 anos) todas as situações de precarização criminosa do trabalho humano que a reforma trabalhista provocou:
– Pejotização através do vínculo como MEI.
– Falta do uso de EPI`s adequados que pudessem elidir o risco à exposição dos agentes químicos.
– Trabalho de domingo a domingo, sem descanso semanal.
– Falta de higiene, uso de garrafas pet junto a latões de óleo diesel aberto e panos contaminados.
– Ausência de exames periódicos e monitoramento biológico, obrigatórios nesta categoria.
Em passos céleres estamos marchando para uma sociedade de mortos-vivos. Causa espécie que alguns ainda tenham a desfaçatez de defender publicamente a reforma trabalhista, que não gerou 1 emprego sequer desde a sua implementação.
Não Pushkin, triste país não era a Rússia do século 18, mas sim o Brasil do século 21.
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Fonte: Migalhas
Data original de publicação: 14/01/2022