Camelôs se arriscam entre carros nas marginais em São Paulo
Com desemprego, vias ao lado dos Rios Tietê e Pinheiros têm aumento no número de vendedores de bebida e petiscos
Por Caio Nascimento|Terra
SÃO PAULO – Will, de 40 anos, protegia-se da chuva embaixo da Ponte da Casa Verde, na Marginal do Tietê, enquanto vendia água, refrigerante e pipoca para os motoristas. Molhado, ele dividia espaço com ratos, lixo e moradores de rua abrigados nos canteiros que beiram o rio, mas não se incomodava com a situação: o mais importante era lucrar no dia R$ 30.
Assim como metade dos brasileiros, a renda do vendedor está abaixo de um salário mínimo: ele ganha cerca de R$ 600 por mês, trabalhando de segunda a sexta-feira na Marginal, e complementa a renda com R$ 90 que recebe do Bolsa Família.
Às vezes falta para comer, aí peço ajuda de instituições de caridade. Eu não vivo, apenas sobrevivo
A situação de Cláudio, de 32 anos, é parecida. Vende água, pururuca e balas na via desde o início do ano, quando foi demitido do emprego. Em dias de jogo de futebol, leva a mercadoria para a porta dos estádios.
Ele consegue cerca de R$ 950 por mês, dinheiro que, somado ao salário mínimo e à cesta básica da esposa, sustenta a família.
Fonte: Terra
Data original de publicação: 27/12/2019