Com mais de 800 casos de covid-19, Petrobrás pode enfrentar ação do Ministério Público do Trabalho

Imagem: Pixabay

Por Equipe de Comunicação ABET, com base em reportagem original do Estadão.

Na linha de frente dos serviços essenciais e voltados ao abastecimento de combustíveis no Brasil, os trabalhadores das plataformas e refinarias da Petrobrás podem ser hoje considerados um grupo altamente suscetível à contaminação pelo coronavírus.

Segundo dados fornecidos pelo Ministério de Minas e Energia e divulgados pelo portal de notícias Estadão, mais de 800 petroleiros da empresa e terceirizados já foram contaminados e outros 1.642 trabalhadores estão sendo examinados. Até o momento, o número de contaminados entre os trabalhadores da Petrobrás ultrapassa o total de casos confirmados em três Estados – Mato Grosso (365), Mato Grosso do Sul (283) e Tocantins (303).
Em entrevista ao Estadão, a coordenadora nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário do Ministério Público do Trabalho (MTP) demonstra preocupação: “Temos algumas investigações em andamento em relação às empresas afretadas (empresas contratadas pela estatal para operar as plataformas) para que elas apliquem os mesmos procedimentos adotados pela estatal. Se a gente não conseguir, numa eventual ação judicial, a Petrobrás também tem de ser responsabilizada, porque ela é a concessionária (do campo)”, disse Flávia Bauler ao portal.

Assim como o MTP, os sindicatos dos trabalhadores questionam as ações tomadas pela empresa para conter a disseminação do vírus entre os trabalhadores. Ao Estadão, o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ressaltou que os “trabalhadores do Sistema Petrobrás não se sentem seguros, desde a hora que têm de pegar o transporte até o trabalho nas unidades operacionais para garantir serviços essenciais à população”.

As condições de trabalho próprias das atividades dos petroleiros são propícias à rápida disseminação do vírus: os trabalhadores convivem diariamente em espaços fechados de hotelaria, compartilhando áreas como quartos, refeitórios e banheiros. Mas o principal foco do problema que hoje atinge os trabalhadores da Petrobrás está na demora em tomar iniciativas básicas de prevenção ao coronavírus por parte da empresa.

Ao Estadão, o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Tezeu Bezerra, explicou: “O problema é que a Petrobrás demorou a agir e algumas medidas básicas ainda não estão sendo tomadas, como a realização de testes em todas as unidades operacionais. O sindicato tem alertado a empresa desde janeiro por meio de ofício e parecer do nosso médico do trabalho, mas a linha tem sido de evitar nossa participação e negligenciar vidas”.

Clique aqui e acesse a reportagem original do Estadão

Referência: Estadão

Data da publicação: 08/05/2020

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