Desemprego nos EUA chega a 14,7%, o mais alto em 70 anos
Por El País
Os Estados Unidos registraram em abril um índice de desemprego de 14,7%, o mais alto em mais de 70 anos , devido à pandemia do coronavírus, da qual o país se tornou o epicentro. Há décadas o dado de desemprego não gerava tanta expectativa, e ele é tão ruim quanto se esperava ― o pior desde que os registros começaram a ser feitos, em 1948. Apenas dois meses antes, em fevereiro, o desemprego alcançava um mínimo histórico de 3,5%.
Até 20,5 milhões de pessoas perderam seu emprego em abril, segundo os dados do Departamento de Emprego publicados nesta sexta-feira. A pandemia ceifou em um só mês todos os postos de trabalho gerados depois da grande crise econômica de 2008 e 2009. Durante aquela crise, os Estados Unidos perderam 8,7 milhões de empregos, e em outubro de 2009 o índice de desemprego atingiu um pico de 10%. Aquela era a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Agora, a perda é o dobro, e em apenas um mês.
O pavoroso impacto da pandemia no emprego transparece a cada semana, há quase dois meses, nas cifras de solicitações de seguro-desemprego: mais de 33 milhões nas últimas sete semanas. Mas os dados desta sexta-feira, os do desemprego no primeiro mês inteiro afetado pelas medidas de restrição de atividade impostas pela pandemia, oferecem um quadro mais completo, pois procedem de informações de lares e empresas. Isso permitirá aos especialistas compreender melhor como se dará a recuperação da economia depois da revogação das medidas de confinamento.
O resultado de abril apaga de uma só vez uma das grandes histórias positivas do período de crescimento excepcionalmente longo que se seguiu à Grande Recessão (na década de 30) e que a pandemia do coronavírus interrompeu abruptamente. Nos últimos 12 anos, os dados de emprego entre as minorias étnicas tinham melhorado substancialmente, algo que o presidente Donald Trump gosta de alardear. Mas a já chamada Grande Reclusão tampouco respeitou isso. O desemprego entre os hispânicos dispara para 18,9%, e entre os afro-americanos sobe para 16,7%. Entre os brancos, ficou em 14,2%.
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Fonte: El País
Data original da publicação: 08/05/2020