Dissertação – Balanço da produção acadêmica brasileira sobre condições e relações de trabalho dos terceirizados

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas da Universidade de São Paulo. Orientação da Prof. Dra. Paula Regina Pereira Marcelino

Por Adriana M. Marcolino

Diversos autores destacam a terceirização como um dos principais dispositivos utilizados para a superação da crise do Ford ismo e para o estabelecimento de um novo padrão de acumulação nas últimas décadas do século XX. Há uma vasta produção acadêmica que analisa as condições e relações de trabalho dos terceirizados e demonstra que seu objetivo é reduzir os gastos com força de trabalho, através de sua precarização.

Essas pesquisas empíricas possuem uma riqueza de detalhes do levantamento in loco de como se dá o processo, mas por se tratar Estudos de caso apresentam uma análise fragmentada, geográfica ou setorialmente. Utilizamos esses estudos para a realização de um balanço da produção acadêmica sobre terceirização, através de um estudo síntese das teses e dissertações sobre condições e relações de trabalho que nos possibilitou elaborar um painel nacional sobre esse fenômeno.

Através desse estudo procuramos responder às seguintes questões: qual o alcance regional e setorial do processo de terceirização como um dos principais componentes da precarização do trabalho no Brasil? Quais são as formas de mais recorrentes de trabalho precário nos processos de terceirização? É possível afirmar que os processos de terceirização, se bem aplicados como sugerem alguns manuais de administração empresarial, não resultem em precarização do trabalho?

Nossa hipótese é de que os processos de terceirização têm a tendência à precarização, mas é possível encontrar graus variados a depender do lugar na cadeia de fornecimento (de insumos ou de serviços) que a empresa terceira ocupa e do nível de organização dos trabalhadores.

Esses diferentes graus são utilizados para justificar que pode existir uma “boa aplicação” e uma “má aplicação” da terceirização. Para realizar nossa pesquisa utilizamos duas bases documentais: 1) as fichas catalográficas das teses e dissertações, que foram sistematizadas através de uma análise bibliométrica, com o objetivo de mapear a produção acadêmica e que colaboraram para a seleção dos documentos que tratassem das condições e relações de trabalho dos terceirizados; 2) análise de conteúdo das teses e dissertações selecionadas, através da Revisão Bibliográfica Sistemática (RBS), que nos auxiliou na sistematização de evidência e na construção dos indicadores de precarização da terceirização.

Confira aqui a dissertação “Balanço da produção acadêmica brasileira sobre condições e relações de trabalho dos terceirizados”


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