Divisão de “trabalho invisível” tem impacto na rotina da mulher na cidade
Por Paula Rodrigues | UOL
“Uma novidade sobre a edição deste ano da pesquisa “Viver em São Paulo: Mulher”, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope, é a presença de um dado extremamente complexo de ser quantificado, mas proporcionalmente necessário para entendermos em que ponto estamos na luta por melhorias da qualidade de vida da mulher na sociedade — e também para ajudar na construção de possíveis novos caminhos que avancem nesse debate.
Quando perguntados sobre como definem a divisão de trabalhos domésticos, como lavar a louça, a roupa, preparar comida ou limpar a casa no geral, 45% dos paulistanos afirmam perceber que os afazeres são divididos igualmente entre homens e mulheres.
A ideia de tentar traduzir em números essa questão vem da falta de reconhecimento de que trabalho doméstico, como o nome diz, é, sim, um trabalho. “O que quisemos mostrar com esse novo dado é que as tarefas domésticas são ainda, na maioria das vezes, realizadas por mulheres. E que esse é um tipo de trabalho invisível,” explica Carolina Guimarães, coordenadora da Rede Nossa São Paulo.
O mesmo conceito de “trabalho invisível” foi recentemente aplicado pela Oxfam em um relatório divulgado em janeiro de 2020. Em “Tempo de Cuidar – O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade”, a organização relembra que, apesar de ter extrema importância para o funcionamento da sociedade como um todo, os cuidados da casa e família ainda são ignorados na construção de indicadores econômicos e agendas políticas.”
Fonte: UOL
Data original de publicação: 09/03/2020