E agora, para onde marcha o sindicalismo nos correios? : impactos da reforma trabalhista sobre a organização dos trabalhadores

Foto: Envato Elements

Autor: Bernardo Paim Cunha Masson | Repositório UFPR

Resumo: A Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), aprovada no governo Temer, é parte da agenda neoliberal da classe dominante brasileira que, além de retirar direitos dos trabalhadores, altera os rumos do movimento sindical do país. Esta pesquisa analisa os impactos no movimento sindical dos trabalhadores nos Correios focando três eixos que atingem a estrutura das entidades representativas dos trabalhadores: o fim do imposto sindical, a diversificação nas formas de contratação, e o fim da ultratividade, que garantia a manutenção de cláusulas histórica do Acordo Coletivo de Trabalho. Nesta pesquisa utilizamos a bibliografia pertinentes a discussão do Trabalho, bem como análise de documentos oficiais dos Correios e dos Sindicatos e Federações, Dissídios Coletivos, estatutos sociais, boletins e entrevistas com dirigentes sindicais. Os estudos demonstraram que houve significativa redução no financiamento das entidades, um sindicato de base perde cerca de 30% de sua arrecadação, por exemplo. Além disso, greves perderam força com os trabalhadores terceirizados e autônomos assumindo funções finalísticas da empresa. A execução do fim da ultratividade inviabilizou a resistência dos trabalhadores frente a retirada de direitos. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos conseguiu, em 2020, impor sua demanda, apesar da oposição do movimento sindical e da greve da categoria, eliminando 50 cláusulas do ACT, restando 29, e, destas, apenas 2 com impacto econômico, o que reduziu em cerca de 35% a remuneração da categoria. Com isso, fica evidente que há uma alteração na correlação de forças da luta de classes em prol do empregador a partir da promulgação da Reforma Trabalhista, deixando o movimento sindical enfraquecido e com a questão: para onde ir?

Visualizar/Abrir:R – D – BERNARDO PAIM CUNHA MASSON.pdf (2.389Mb)
Data: 2022

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Fonte: Repositório UFPR

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