EMPREGOS VERDES E SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Por Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)

Introdução

O mercado de trabalho no Brasil está caracterizado atualmente pelas altas taxas de desemprego, queda na remuneração e elevada informalidade, entre outros problemas. As políticas públicas do governo Bolsonaro não colocam em perspectiva uma alteração deste quadro. A fragilidade no mercado de trabalho vem ainda acompanhada pelo negacionismo ambiental traduzido, entre outras ações, pelo aumento do desmatamento, desmonte das políticas ambientais, expansão de atividades ilegais em territórios dos povos originários.

A retomada na geração de empregos com qualidade e cuidado ambiental pode ser uma das estratégias para um outro cenário político a partir das eleições de outubro. A combinação da agenda ambiental com a do mercado de trabalho passa pela geração de empregos verdes e sustentáveis, como política de enfrentamento às mudanças climáticas e ao acelerado processo de digitalização no Brasil.

Segundo a OIT (2009), o conceito de emprego verde “resume a transformação das economias, das empresas, dos ambientes de trabalho e dos mercados laborais em direção a uma economia sustentável que proporcione um trabalho decente com baixo consumo de carbono”1. Ao longo dos anos o conceito veio sendo capturado por interesses exclusivamente econômicos, em detrimento de seu foco social e ambiental.

Este estudo, elaborado pelo DIEESE com apoio do ICS-Instituto Clima e Sociedade, procura dimensionar a evolução e as características dos empregos verdes no mercado de trabalho brasileiro, destacando as possibilidades de expansão, mas sem perder a perspectiva em torno da qualidade do posto de trabalho, da dimensão ambiental e da inclusão social.

As bases de dados para este levantamento foram as pesquisas do IBGE, RAIS (2006 a 2020) para o mercado formal e a PNAD (2019-2021) para incluir o informal, e a análise dos resultados foi focada nos anos mais recentes.

A metodologia desenvolvida no presente relatório pelo DIEESE faz uma convergência entre os estudos de Muçouçah (2009) e Caruso (2010). Foram selecionados os setores indicados por Muçouçah (2008) quanto às atividades econômicas que contribuem para a redução de emissões e/ou melhoria/preservação da qualidade ambiental. Nesses setores, aqui denominados “setores verdes”, as famílias ocupacionais foram divididas em dois grupos: as “ocupações verdes” e as “ocupações de apoio às atividades verdes”.

1 MUÇOUÇAH, Paulo Sergio. Empregos Verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como evolui-rão nos próximos anos. Organização Internacional do Trabalho. Brasil, 2009.

Clique aqui e acesse o inteiro teor do relatório

Fonte: DIEESE

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