Erradicação da pobreza requer maior cooperação internacional, afirma pesquisador do Ipea
Por IPEA
Pedro Ferreira de Souza participou de evento que discutiu estratégias para financiar políticas de combate à pobreza e às mudanças climáticas
No contexto de um mundo que busca reduzir a pobreza e mitigar as mudanças climáticas, o evento “O Desafio de Financiar o Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável”, realizado na terça-feira (23), reuniu especialistas para debater soluções para esses problemas globais. O primeiro painel, intitulado “Levantando Recursos Contra a Pobreza e Pelo Meio Ambiente: como financiar a agenda do desenvolvimento justo e sustentável”, contou com a participação de Pedro Ferreira de Souza, técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Morgan Doyle, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, e Bruna Mascotte, sócia sênior da Catavento Consultoria.
O evento, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, faz parte do projeto G20 no Brasil, promovido pelos jornais O Globo, Valor Econômico, e pela rádio CBN. Pedro ressaltou que, embora a erradicação da pobreza seja um objetivo de longa data, os últimos anos intensificaram o foco sobre essa questão, especialmente no âmbito do G20 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ele destacou a necessidade de cooperação global para financiar e implementar programas de combate à pobreza, observando que essa colaboração não parece tão fácil quanto antes: “Há várias tensões testando o compromisso real dos países com a erradicação da pobreza, apesar da retórica política favorável a esse objetivo”.
O pesquisador do Ipea comentou sobre a posição privilegiada do Brasil nesse contexto, destacando inovações que podem dar resultados a curto prazo. “O Brasil pode servir como exemplo tanto pela expansão significativa do financiamento de programas como o Bolsa Família, quanto pela implementação eficaz dessas iniciativas. O país está se cacifando para voltar a ser uma influência internacional na disseminação de boas práticas”, explicou.
Segundo Pedro, o Brasil tem muito a contribuir para o alcance do objetivo de erradicação da extrema pobreza até 2030, mas, ainda que esse objetivo seja atingido, será necessário definir novas metas mais ambiciosas: “O Brasil está em uma posição privilegiada para liderar esse processo, tanto pelo exemplo quanto politicamente”.
Ao falar do Bolsa Família, o técnico do ressaltou a importância de proteger seu orçamento e aprimorar sua gestão. “Durante muito tempo, a falta de orçamento era vista como o principal limitador do Bolsa Família. Hoje, temos um panorama diferente, com um orçamento que triplicou, ou até mais do que isso”, afirmou. “A prioridade, agora, deve ser garantir que esse nível de financiamento continue, e observar como o programa se comporta nos próximos anos.”
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Por IPEA
Data original de publicação: 23/070/2024