Essas empresas estão testando os 4 dias de trabalho, mas indicam um grande desafio pela frente
Por Layane Santos | Exame
Já pensou trabalhar 4 dias por semana? É o que 21 empresas estão dispostas a fazer ainda este ano no Brasil. Após três meses testando a escala 4×3 (4 dias de trabalho e 3 de folga), essas companhias apresentaram dados positivos para a 4 Day Week Brazil, FGV e o Boston College, instituições responsáveis pelo teste no país.
Entre as principais conclusões do relatório do teste, se destacam:
- Redução de estresse no trabalho em 62,7% dos indivíduos;
- A maioria (64,9%) não se sente desgastada no final do dia;
- Mais da metade (56,5%) não estão frustrados como antigamente;
- Quase 30% dos participantes (28,6%) não mudariam de emprego para trabalhar cinco dias por semana por salário nenhum.
- Redução de desgaste emocional foi de 49,3% e de exaustão de 64,5%.
- 44,4% consideram que a semana de 4 dias tem melhorado sua capacidade de cumprir prazos;
- 67% dizem que a trabalhar um dia a menos reduziu ansiedade semanal;
- 50% dizem que reduziu insônia;
- 57,9% sentem que consegue conciliar melhor vida pessoal e profissional.
“Acredito que essas empresas estão dando um passo importantíssimo para revolucionar o mundo do trabalho, possibilitando mudanças na forma de trabalhar, se tornando mais produtiva e saudável”, afirma Renata Rivetti, fundadora da Reconnect, empresa que trouxe o piloto da semana de 4 dias para o Brasil.
“Está na hora de assumirmos que essa sociedade que não tem mais tempo para nada não é produtiva e está caminhando para o esgotamento. A semana de 4 dias traz mais produtividade, sustentabilidade humana e qualidade de vida”, diz Rivetti.
Para o primeiro relatório foram coletadas 205 respostas, o que representa que 71% dos participantes responderam ao questionário. Ao todo, 280 colaboradores com idades acima de entre 18 e acima de 50 anos participaram do projeto. Dentro deste número, 38.1% são homens e 59.3% mulheres. Já os modelos de trabalho em que atuam são 40.2% presencial; 34.4% remoto e 25.4% em modelo híbrido.
O que falta para a escala 4×3 ser aprovada?
Apesar desses diferentes resultados positivos, as empresas se depararam com um desafio em comum: ter o engajamento de todos durante a mudança na forma de trabalhar.
“Falta as pessoas compreenderem que precisarão de mais foco, reduzir improdutividade, como reuniões mais eficientes. Então, para que de fato o resultado se mantenha é preciso comprometimento de todos, principalmente com a gestão de prazo”, afirma Rivetti.
Como funcionou o teste?
Após o período de inscrições, as empresas passaram pela fase de treinamento e de teste piloto:
Treinamento: a empresa contou com 10 master classes para aprenderem a metodologia. Participaram também das pesquisas com a Boston College.
Teste piloto: começou em janeiro deste ano, em que a carga horária de trabalho foi diminuída para 4 dias da semana. É a fase em que as empresas praticaram todo o conteúdo que foi preparado. A duração do teste será de 6 meses, ou seja, até junho.
Quais são as empresas que realizaram o teste?
. Ab Aeterno
. Brasil dos Parafusos
. Clara Associados
. Clementino & Teixeira Advocacia
. GR Assessoria Contábil
. Greco Design
. Haze Shift
. Hospital Indianópolis
. Innuvem
. Inspira
. Maker Brands
. Mol Impacto
. Noono
. Oxygen Hub
. PiU Comunica
. Plongê
. Rede Alimentare
. Smart Duo
. Soma CSC
. tks4s
. Uma empresa não autorizou
“É normal ficar com medo do novo, mas as empresas que não entrarem, certamente ficarão para trás. Ser protagonista dessa mudança dá poder e pode trazer esses ganhos tão necessários hoje no mercado de trabalho”, afirma Rivetti.
Quando a escala 4×3 será implementada?
O teste piloto ainda está em andamento e deve acabar em junho deste ano. Após esse mês, todas as empresas estão dispostas a implementar a escala de 4 dias de trabalho.
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Por Layane Santos | Exame
Data original de publicação: 05/05/2024