Fundacentro contribui para discussões sobre mudanças climáticas e trabalho em reunião do G20

Divulgação

Por FUNDACENTRO
Data original de publicação: 15/08/2024

Instituição apresentou iniciativas como o Monitor IBUTG, que avalia a exposição ocupacional ao calor, sem fontes artificiais, em ambientes de trabalho externos

O aumento do risco de estresse térmico no Brasil e os impactos no trabalho a céu aberto foram levados pela Fundacentro à última etapa do G20 Brasil, do Grupo de Trabalho sobre o Emprego, liderado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O evento, que ocorreu de 23 a 26 de julho em Fortaleza/CE, contou com a participação do tecnologista Daniel Bitencourt e do presidente José Cloves da Silva, ambos da instituição.

Esse maior risco se deve à elevação da temperatura e à intensificação de outros parâmetros, como umidade e radiação solar. “As atividades que exigem maior esforço implicam numa maior taxa metabólica que agrava consideravelmente a exposição ocupacional ao calor com risco de estresse térmico”, afirma o tecnologista da Fundacentro.

Daniel Bitencourt também levou essas discussões para a reunião anual da Rede OSH (Occupational Safety and Health), ação paralela ao G20 em 22 de julho, para debater os impactos do calor extremo na saúde pública e ocupacional, na produtividade e na vida dos trabalhadores. Nesse evento, ele apresentou estudos sobre estresse térmico e trabalhos como o Monitor IBUTG, disponível no site da instituição e em aplicativo para celulares. A mesa também contou com a participação do então chefe de Gabinete da Presidência da Fundacentro, Victor Mammana.  

Já no Fórum de Transição Justa, com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e do presidente da Fundacentro, José Cloves da Silva, em 25 de julho, durante o encontro do G20, Bitencourt destacou o impacto das mudanças climáticas sobre os trabalhadores brasileiros. Questões como as evidências do aquecimento global, eventos metereológicos extremos, calor excessivo, poluição do ar e doenças transmitidas por vetores estiveram em pauta na sua apresentação.

“O Brasil possui um grande contingente de trabalhadores e trabalhadoras com atividades a céu aberto. Apenas para citar dois exemplos, a agricultura, nas áreas rurais, e a construção civil, nas áreas urbanas, ocupam mais de 30 milhões de brasileiros que trabalham sob intenso sol e calor. Esses trabalhadores são particularmente vulneráveis ao calor porque a organização do trabalho e o tipo de vestimenta utilizada, muitas vezes, dificultam ainda mais a execução de tarefas pesadas durante o turno diurno de trabalho”, explica o pesquisador, que coordena o Programa de Mudanças Climáticas, Segurança e Saúde de Trabalhadores e Trabalhadoras da Fundacentro.  

Visões internacionais

As discussões da Rede OSH (Occupational Safety and Health) chamaram atenção para o calor extremo e como isso afeta os locais de trabalho e a vida de trabalhadores, trazendo a visão de especialistas em SST e representantes dos trabalhadores, empregadores e governo. Havia participantes de diferentes países. 

O professor da Universidade de George Washington, David Michael, mencionou que há 2,4 bilhões de trabalhadores expostos ao estresse térmico no mundo. Desse total, 1,6 bilhão está na agricultura e na construção civil. Outras áreas afetadas são as atividades em portos e aeroportos e as de entrega. O calor extremo também afeta a produção. Para cada 1 grau acima de 27° Celsius, a produtividade cai 4%, segundo dados de estudos sobre a indústria têxtil da Índia.

O especialista norte-americano ressaltou a importância de os trabalhadores receberem água e terem pausas de descanso. Os empregadores devem fazer a avaliação de risco e elaborar plano para oferecer melhores condições de trabalho. No Brasil, a NR 31 trata das atividades na agricultura e aborda essas questões.

Também houve falas de representantes de países como Canadá, Alemanha, Japão, Arábia Saudita, Singapura, Turquia e Estados Unidos. Todos apresentaram ações realizadas e destacaram de que forma as ondas de calor têm afetado o mundo do trabalho. No caso do Brasil, a apresentação do App Monitor IBUTG, da Fundacentro, foi elogiada por participantes.

Entre os pontos levantados durantes as apresentações, estão o impacto que o estresse térmico tem sobre os trabalhadores mais vulneráveis, a importância de ações tripartites, a reprogramação do trabalho e monitoramento do trabalhador e da temperatura do globo de bulbo úmido (WGBT).

Aval dos ministros do Trabalho

Após os eventos prévios e os dois primeiros dias de reuniões técnicas do GT sobre Emprego,  ocorreu a reunião dos ministros do trabalho em 25 e 26 de julho, em que eles referendam as discussões realizadas. O presidente da Fundacentro, José Cloves da Silva, participou desses encontros. No final, houve a aclamação da declaração construída durante todos os dias de trabalho.  

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, “o documento encerra as atividades do grupo sob a presidência do Brasil, iniciada no final do ano passado, e reflete o atual cenário do mercado de trabalho global, utilizando uma linguagem avançada para reforçar o compromisso dos ministros do G20 em enfrentar os desafios globais, promover a inclusão social e garantir condições dignas de trabalho para todos. Esta é a primeira vez, desde 2021, que o grupo chega a um consenso para uma declaração final”.

Foram abordados gênero no mundo do trabalho, tecnologias, igualdade de gênero e diversidade, emprego de qualidade e trabalho digno, agenda da OIT para o trabalho digno, mudanças climáticas e transição justa, tecnologias emergentes.

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