Índices de desemprego em 2020 devem ser maiores do que os apresentados na crise de 2008
Por Equipe de Comunicação ABET, com base em reportagem original de Pedro Capetti para O Globo
Estudo recente realizado pelo economista Marcel Balssiano, da FGV/Ibre, indica que 57% de cem dos países pesquisados devem apresentar um índice de desemprego maior do que em 2009 (ano que revelou as consequências da grave crise econômica de 2008).
Segundo o levantamento, o Brasil deve terminar o ano com taxa de desemprego de 14,9%, acima dos índices de 2009 (9,7%) e de 2019 (11,9%). O aumento vertiginoso da taxa média de desemprego deve impactar também outros países, tanto aqueles com economias avançadas quanto emergentes. Os países avançados devem ter o maior aumento da taxa de desemprego, de 7,9%, em 2009, para 8,4%, em 2020. Para os países emergentes, a média deve passar para 10,1%, ante 9,2% em 2009.
Para realizar o cálculo do colapso nos índices de emprego, o economista utilizou como base os dados do relatório mais recente divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em comparação com os dados anteriores. De acordo com o FMI, 2020 deve apresentar uma taxa de retração da produção mundial, e consequentemente, da média do Produto Interno Bruto dos países, de cerca de 3%.
Em relação ao Brasil, o economista afirma: “Com essa crise, a tendência é piorar bastante. O número pré-coronavírus já era grave, um quadro de 70 milhões em situação precária. É a pior consequência, é a tragédia social”, disse Balassiano em entrevista ao portal O Globo.
Ainda em recuperação das altas taxas de desemprego apresentadas após a recessão econômica de 2015 e 2016, o país deve sentir a degradação do mercado de trabalho rapidamente. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, o IAEmp (indicador da realidade do mercado de trabalho no Brasil) apresentou uma queda brusca de 82,6 para 39,7, entre março e abril deste ano.
Estes dados devem ser confirmados na próxima divulgação da Pnad, que está programada para acontecer no dia 29 deste mês.
Referência: O Globo