Isenção do IR deve ser informação pública, como salário de servidor, diz autor de novo livro sobre desigualdade
Pela BBC News | Brasil
“Por que não é possível ver o quanto alguém está sendo isentado de pagar impostos, ou pelo menos saber a alíquota efetiva que um grande empresário ou um artista está pagando?”
A provocação é do economista Pedro Fernando Nery, em seu novo livro “Extremos: Um mapa para entender as desigualdades no Brasil”, que chega às livrarias nesta terça-feira (16/4) pela Zahar/Companhia das Letras.
Para ele, ampliar acesso à informação seria uma forma de reduzir resistências para realização de reformas difíceis – como a aguardada reforma do Imposto de Renda.
“Por que o sigilo fiscal de alguém muito rico é tão mais valioso do que a privacidade de uma dona de casa na periferia de São Paulo, por exemplo?”, questiona Nery, em entrevista à @BBCBrasil.
No novo livro, Nery visita oito destinos do Brasil que marcam extremos de desigualdade e discute reformas possíveis para mudar esse quadro.
Nery considera o adiamento justificável, devido ao ano de eleições municipais e à necessidade de regulamentação da reforma tributária do consumo.
O economista — que é Consultor legislativo do Senado de carreira, e atualmente diretor de Assuntos Econômicos e Sociais da Vice-Presidência da República, trabalhando na equipe de Geraldo Alckmin — também defende uma outra reforma polêmica: a da Previdência das Forças Armadas.
“Gastamos com pensão de inatividade militar algo como R$ 50 bilhões por ano”, diz.
“Se olharmos para o orçamento pré-pandemia do Bolsa Família, que estava ao redor de R$ 30 bilhões, vemos que gastávamos quase o dobro com proteção à renda das famílias militares, do que com proteção à renda das famílias pobres”, argumenta.
Fonte: BBC News | Brasil
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Data da publicação original: 16 de abr. de 2024