Jovens bancam casa e faculdade com vendas irregulares dentro de vagões
Por Giacomo Vicenzo | TAB UOL
“Rubya Leitte,18, é quem desafia os informes da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que anuncia pelos alto-falantes que o comércio nos vagões é irregular. Ela diz que está aprendendo “slogans” para os seus produtos e também se inspira nas feitas por outros ambulantes. “Quando vendo chocolate, falo: ‘olha o tamanho dessa barra, maior que a língua da minha sogra!”, ou “Diretamente de Bauru, comeu pela boca, saiu pelo… Melhor preço!”, diz ela, aos risos.
Leitte vive com pai e mãe, que trabalha como doméstica. A família é de Itaquera. Pai e filha fazem a mesma coisa, mas não trampam juntos. Ele não aceitou conversar com a reportagem. “A meta é fazer R$ 100 por dia. Mas sempre tem o risco de perder a mercadoria na mão do guarda. Não é sempre que vende, então é incerto. Por mês eu tiro R$ 2.000, R$ 2.500”, revela a jovem.
Com o dinheiro das vendas a jovem ajuda nas despesas da casa e fica com uma pequena quantia para si. Apesar de estar há dois anos trabalhando nos vagões, ela diz que está atrás de trabalho formal. “Nunca trabalhei com carteira assinada. Já entreguei alguns currículos em shoppings e em lojas no centro da cidade, mas não fui chamada nem pra entrevista”, lamenta.
No Brasil, há 11,2% de desempregados, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada em 27 de dezembro pelo IBGE. A desocupação caiu em relação aos trimestres anteriores, mas o aumento dos empregos sem carteira assinada registrou taxa recorde, sendo 2,9% no emprego sem carteira no setor privado e 1,2% de trabalhadores por conta própria.”
Fonte: TAB UOL
Data original de publicação: 09/01/2020