Na luta pela vida, sindicatos ameaçam greve contra volta às aulas presenciais

Imagem: Unsplash

Por Érica Aragão e Marize Muniz | CUT

“Enquanto os governos estaduais e municipais do país insistem em discutir e até marcar data para a volta as aulas presenciais antes que a pandemia do novo coronavírus dê sinais de enfraquecimento, autoridades da área da saúde apontam os riscos e dirigentes sindicais lutam para proteger as vidas das crianças, dos professores e familiares.

Casos de professores e trabalhadores em educação contaminados e em estado grave são registrados em vários estados e colocam a comunidade escolar em alerta máximo. Na cidade de Coronel Fabriciano, onde o prefeito Marcos Vinicius da Silva Bizarro (PSDB) exigiu o retorno dos professores, quase 30 trabalhadores e trabalhadoras se contaminaram e um está em coma. Ele contraiu a forma mais grave da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

No Paraná, viralizou entre educadores e alunos vídeo de um trabalhador de escola, respirando com auxílio de oxigênio, falando com esforço contra a reabertura. No vídeo, Fernando Basto de Oliveira apela aos colegas: “Fechem as escolas. É um vírus muito contagioso. Ele vai acabar com nossas famílias. Por favor, fechem!” (…)

O importante é salvar vidas, que não podem ser recuperadas como as aulas, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, que orientou seus sindicatos até a fazer greve, se for preciso.

“Estamos orientando todos nossos sindicatos de base, que representam mais de um milhão de trabalhadores e trabalhadoras da educação, que façam greve se for preciso salvar vidas”.

Os sindicatos têm conseguido barrar o retorno das aulas presenciais argumentando o óbvio: depois da reabertura da economia antes do tempo, aumentam os casos e mortes por Covid-19 em diversas cidades. Julho foi o mês em que mais brasileiros morreram vítimas da doença desde o início da pandemia. Cidades onde aparentemente a Covid-19 estava controlada, como São Paulo, voltaram a registrar aumentos expressivos de novos casos – 74% mais casos. Outras como Salvador, registrou 75% de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) depois da reabertura da economia.

Por outro lado, em onze estados, empresas do ramo da educação preocupadas com os lucros estão ajudando a promover uma campanha de retorno das aulas presenciais, o que impactaria cerca de 123,5 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (…)”

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Fonte: CUT

Data original da publicação: 03/08/2020

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