O que mudou: um novo adeus à classe trabalhadora?
Por Vitor Filgueiras e Sávio Cavalcante
“Divulgamos aqui nosso artigo (Vitor Filgueiras e Sávio Cavalcante, em inglês) que acabou de ser publicado na Revista Brasileira de Ciências Sociais. O objetivo foi problematizar a tese desenvolvida por diversos acadêmicos e instituições de que sociedades capitalistas passaram por uma mudança drástica na natureza das relações de trabalho. De acordo com essa leitura, as mudanças sociais e econômicas no gerenciamento de trabalho e o surgimento de novas tecnologias teriam dissolvido formas tradicionais de emprego e a consequência seria um declínio do trabalho assalariado. Este “novo adeus à classe trabalhadora”, tal como o propagado nos anos de 1980, fundamenta-se num fetichismo tecnológico que, novamente, contribui para a ideia que é impossível proteger trabalhadores através de regulações públicas. Baseado em pesquisas empíricas, usando diversos estudos de caso e dados de mercados de trabalho no Brasil e no Reino Unido, nós argumentamos que as “novas” formas de trabalho são predominantemente trabalho assalariado, a despeito dos esforços das empresas em disfarçar o conteúdo das relações de trabalho. Não negamos o surgimento de mudanças na gestão do trabalho pelas empresas, mas ressaltamos que isso inclui estratégias de dissimulação da relação salarial para reduzir as chances de limitar a exploração do trabalho.”
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