Pesquisa que revela desafios da juventude no mundo do trabalho ganha prêmio nacional

Reprodução/UFPR

Por Rodrigo Choinski | Universidade Federal do Paraná

Tese do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPR recebe prêmio “Mundos do Trabalho” da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (Abet), principal organização científica nesta temática no país.

O estudo publicado em 2022, da pesquisadora e professora no Instituto Federal do Paraná, Kelem Ghellere Rosso, se debruçou sobre as condições de trabalho dos jovens empregados em uma famosa rede de restaurante.

Entrega do prêmio “Mundos do Trabalho”, da esquerda pra direita Maria Aparecida Bridi, orientadora da tese vencedora e professora do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPR, José Ricardo Ramalho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Kelem Ghellere Rosso, autora da tese premiada. Foto: Ramom Carvalho/Arquivo Pessoal

A pesquisa apontou a persistência de modos de controle sobre o trabalho que remontam ao período colonial como a estratégia estende a vigilância sobre os trabalhadores ao seu local de moradia.

“A permanência de estratégias de exploração tão arcaicas como o sistema de alojamentos para os empregados, não surpreende, o que chamou a atenção foi a magnitude dessa aplicação no caso estudado. Estamos falando de aproximadamente 8 mil funcionários, com média de 25 anos, que são recrutados em cidades interioranas ou da região nordeste do país. Esse fato possibilita que a empresa efetive um controle quase total sobre os trabalhadores. Uma empresa considerada altamente moderna e reconhecida como um case de sucesso, ampara-se, na verdade, no que há de mais retrógrado em relação ao processo de trabalho”Kelem Ghellere Rosso

Segundo a pesquisadora, a pesquisa mostrou ainda que desigualdades regionais e raciais presentes na sociedade brasileira, que acabam se manifestando com mais força no mercado de trabalho, são acionadas nas estratégias de negócios para precarizar ainda mais as condições de trabalho em busca de vantagens para o empreendimento.

“Isso nos ajuda a entender porque a classe dominante não tem compromisso com a redução das desigualdades sociais. Pelo contrário, mostra o seu interesse com a manutenção de privilégios, muitos deles mantidos desde o período escravocrata, e que refletem o caráter dependente do capitalismo que se desenvolveu no Brasil”.

Clique aqui e leia a matéria completa

Fonte: Universidade Federal do Paraná

Data original de publicação: 18/10/2023

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Translate »