Projeto do capital para a educação, volume 4: O ensino remoto e o desmonte do trabalho docente

Imagem: Rawpixel

Por ANDES

“No início de 2020, fomos surpreendida(o)s com a necessidade de adoção de medidas de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19 no Brasil. Hoje, nos aproximamos de 150 mil mortos, sem considerar a subnotificação, e teremos muito mais no futuro imediato. Isso significa que a necessidade de manutenção de várias medidas sanitárias, inclusive do distanciamento social, ainda é parte central da luta pela vida em uma situação histórica ímpar e aterradora.

Infelizmente, sob as pressões do mercado, de obscurantistas e da extrema-direita genocida, estamos vendo uma série de medidas de flexibilização das propostas de distanciamento social. Também estamos vendo gestores de universidades, institutos federais e CEFET apenas preocupados em atingir metas e atender às pressões do MEC sem considerar o preço humano da pandemia ou sem problematizar que muitas dessas políticas, necessariamente, resultarão em uma elitização ainda maior do ensino superior.

A conjuntura atual mostra que não é razoável esperar que, no curto prazo, as atividades presenciais em universidades, institutos federais e CEFET retornem. Nesse contexto, embora estejamos trabalhando de forma intensa em várias frentes, inclusive em ações de combate à pandemia e de assistência às necessidades decorrentes da crise provocada pela pandemia, temos sofrido pressões para engolirmos um arremedo de Educação à Distância que chamaremos aqui de “ensino remoto”.

Esta cartilha expressa o acúmulo das análises e discussões realizadas no ANDES-SN, ao longo das últimas três décadas, em diversas instâncias: debates cotidianos organizados nos grupos de trabalho, nas seções sindicais, nas diretorias, nos seminários e, especialmente, no congresso de nosso Sindicato Nacional. Frente à situação excepcional vivida na conjuntura atual, o GTPE nacional realizou uma importante reunião com representantes de diversas seções sindicais entre os dias 2 e 3 de junho de 2020 para, no processo de análise, acumular sobre os desafios criados para o movimento docente a partir da forma como a extrema-direita, governos e reitorias estão lidando com a pandemia. Uma consulta feita ao Portal do MEC criado para “monitorar as instituições de ensino” (nome revelador, já que mostra que a gestão atual do MEC busca vigiar e não construir) realizada no dia 27 de agosto revelou que 49 das 69 universidades federais e 32 dos 41 IF estão com atividades remotas. Há uma alarmante aceitação
do Ensino Remoto nas instituições de Ensino e certamente isto será instrumentalizado por governos e patrões para acelerar o desmonte da educação pública. (Fonte: http://portal.mec.gov.br/coronavirus). A partir daí, decidimos elaborar a presente cartilha: um importante material para orientar a luta política em favor da educação pública, gratuita, laica, antipatriarcal, antimachista, antirracista, antissexista, anticapacitista e socialmente referenciada e presencial.”

Clique no link abaixo e faça o download da cartilha do ANDES

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