Qatar do luxo da Copa esconde país de pobreza, imigrantes e saudade de casa
Por Leo Burlá|UOL
É praticamente impossível caminhar por Doha (QAT) sem tropeçar em um prédio suntuoso ou em uma construção faraônica. Mas há uma cidade feita de carne e osso que se esconde por detrás da opulência de um dos países mais ricos do mundo, sede do Mundial de Clubes e da Copa do Mundo de 2022.
Em um país cuja população de 2, 7 milhões de habitantes é formada praticamente por imigrantes (cerca de 75%), essa massa que vem de vários cantos da Ásia e da África é responsável por manter o país em marcha. A cerca de 30 minutos do centro nervoso da capital qatari, eles se espremem em prédios sem tratamento adequado de água, esgoto e dividem o mesmo coração apertado pela saudade.
Não há uma razão sequer para o êxodo além da possibilidade de levantar dinheiro e proporcionar uma vida melhor para os familiares que ficaram em casa. Esse é o caso de dez entre dez imigrantes que fazem o trabalho pesado, não incluindo aí altos executivos estrangeiros que ocupam postos-chave em grandes corporações multinacionais.
A história de sete amigos do Sri Lanka se entrelaça e se encontra em um pequeno cômodo situado em um conjunto habitacional na área sul da cidade. Por mês, eles pagam 1500 rial (R$ 1680) por um quarto que é dividido por todos.
Três beliches e uma cama compõem um cenário recheado por caixas, roupas e utensílios de uso pessoal. Na sacada e em móveis dispostos sem ordem pelo estreito corredor, espalham-se roupas estendidas, sapatos e sujeira.
Fonte: UOL
Data original de publicação: 18/12/2019