Revista 6º Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde
Por Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde
“A pandemia do novo coronavírus transformou essa edição da Revista do Congresso, que deveria ser um registro impresso do conteúdo do 6o Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Direito, Meio Ambiente e Saúde, numa edição especial virtual.
O impacto violento no mundo do trabalho, em grande parte por conta de ações irresponsáveis do governo central, marcou nosso ano em dor, saudade e angústia e faz algumas revelações, que as discussões, conversas e debates já anteviam há pouco mais de um ano, e que estão destacadas aqui.
A primeira delas, assunto da reportagem de capa, é a confirmação clara e gritante da importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e o quanto os desacertos e os ataques que sofreu nos últimos anos pioraram a situação dos doentes em todo o país. A reportagem, um conjunto de quatro grandes matérias, segue mostrando os resultados da necessidade de isolamento social, um poderoso tornassol a revelar a crueldade da proposta neoliberal e as promessas mentirosas de avanço e liberdade do trabalho mediado por aplicativos, assunto da mesa que reuniu Ricardo Antunes, Luci Praun e Rodrigo Carelli, três estudiosos do tema, além do cineasta Carlos Juliano. E que também já aparecia nas grandes manifestações na América Latina, nos primeiros meses do ano, véspera da pandemia. Os movimentos no Chile, Colômbia, Uruguai e Bolívia ilustram o que o advogado argentino Alberto Federico Ovejero, da Liga Argentina pelos Direitos Humanos, contou sobre a resistência da classe trabalhadora em seu país, no
primeiro debate.
Apesar do quadro sombrio que se desenha e da mesma forma que o
Congresso, a revista começa com a doce esperança contida no relato do
escritor uruguaio Mauricio Rosencof sobre os 12 anos que passou preso e
solitário nos calabouços do exército de seu país, em entrevista para Juca
Kfouri. Sua história na literatura, e de seus companheiros, também está registrada nessa edição, em um texto sobre a literatura uruguaia.
Reforçamos a mensagem de esperança com o registro da memória de luta dos trabalhadores no Brasil, resgatada pela lembrança de três cases exitosos: contra as contaminações na Eletrocloro e na Shell/Basf e pelo banimento do amianto, feitos na mesa sobre o tema.
Fechando a edição, o lindo encontro entre a militante e o pastor, que iluminou o debate sobre a atuação das igrejas na política, especialmente entre moradores das favelas, surgido após a roda de conversa sobre diversidade. E o exemplo das arpilleras, bordados que as chilenas usaram para denunciar e reivindicar e que a advogada Tchenna Maso levou como uma ferramenta de resistência para as mulheres atingidas por rompimentos de barragens em cinco regiões do País. Exemplos de que com amor, paciência e constância se vence até mesmo a maior das adversidades.
Boa leitura!”