Ricos e pobres, cada vez mais separados

Imagem: Pixabay

Por Sergio C. Fanjul | El País

“Mais abastados tendem a morar em bairros separados da confusão da grande cidade enquanto os menos felizardos enfrentam condições pós-apocalípticas de poluição e superpopulação”

“Nas cidades as pessoas diferentes vivem em locais diferentes: se chama segregação urbana. A segregação pode ocorrer por diversos motivos, como a etnia e os estilos de vida, mas o fator mais importante é o econômico. Os que têm mais dinheiro podem escolher onde moram, para os mais pobres a escolha não é tão ampla. Os primeiros moram em bairros melhores, com melhores serviços, melhor construção e qualidade ambiental. Os pobres precisam se resignar a morar em bairros onde tudo é um pouco mais precário e até a expectativa de vida alguns anos menor. A influência da segregação residencial na trajetória vital das pessoas se chama “efeito bairro”, muitas vezes traduzido em fracasso escolar, desigualdade e falta de oportunidades

Estudos e especialistas dizem que a segregação aumenta, em correlação às crescentes desigualdades provocadas pelo modelo econômico vigente, o que pode provocar problemas nas megacidades para as quais nos dirigimos. As Nações Unidas preveem que 68% da população morará em cidades em 2050, na Espanha 80% já estão nelas. As cidades são e serão os cenários dos conflitos sociais presentes e futuros.

‘Os ricos e pobres estão morando em distâncias crescentes uns dos outros, e isso pode ser desastroso à estabilidade social e ao poder competitivo das cidades’, diz um estudo realizado durante a primeira década deste século por várias universidades europeias (Socio-Economic Segregation in European Capital Cities). Entre as causas estão a globalização, a reestruturação do mercado de trabalho, a diferença de renda, a decadência do Estado de bem-estar social e a mercantilização da moradia. A gentrificação e a turistificação são, além disso, processos que contribuem a essa separação entra as pessoas que, de acordo com suas condições vitais, deixam de conviver com outros grupos diferentes. Se o interessante das cidades era sua condição de caldo de pessoas e culturas, essa característica pode estar chegando ao seu fim.”

Confira a notícia completa.

Fonte: El País
Data original de publicação: 11/01/2020

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