Chile hoje pode ser o Brasil de amanhã, dizem economistas
Por João José Oliveira|UOL
Se uma pessoa enfiar a cabeça em um forno e colocar pernas e tronco numa geladeira vai sofrer bastante apesar de ter, na média, uma boa temperatura do corpo. Essa é uma anedota usada por professores de Economia para alertar alunos que números crus não traduzem a realidade social.
Como nessa comparação, os protestos no Chile mostram que, apesar de haver indicadores da economia melhores que os do Brasil, por exemplo, a população está sofrendo porque os ricos estão mais endinheirados e os pobres mais miseráveis. O que deu errado na economia chilena? O Brasil tem algo a aprender?
Compare indicadores de Chile e Brasil
- Salário mínimo: R$ 1.700 (Chile) / R$ 998 (Brasil)
- Renda média anual: US$ 25,2 mil (Chile) / US$ 15,7 mil (Brasil)
- Desemprego: 7,3% (Chile) / 12,2% (Brasil)
- Inflação: 2,4% (Chile) / 2,9% (Brasil)
- Expectativa de alta do PIB neste ano: 2,9% (Chile) / menos de 1% (Brasil)
Brasil tem de olhar o que acontece no Chile
“O maior problema no Chile é a péssima distribuição de renda”, afirma o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Paulo Feldmann.
“São poucos os lugares do mundo em que o 1% mais rico da população ganha mais de 25% da renda total do país. Na América Latina, em apenas dois países isso acontece: no Chile e no Brasil”
Paulo Feldmann, professor da USP
Para Feldmann, o Brasil precisa ficar atento ao que aconteceu no Chile.
“O Chile foi o primeiro país da América Latina a entrar de cabeça na política neoliberal, quando o governo acredita que o mercado resolve tudo. E a verdade é que muitas vezes o governo precisa planejar a economia.”
Paulo Feldmann
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Fonte: UOL
Data original de publicação: 19/10/2019