Perfil Resgatado: rotas migratórias e a morfologia do trabalho escravo no Brasil
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????Sérgio Carvalho / Ministério do Trabalho e Emprego
Pelo Programa Escravo, nem pensar! da ONG Repórter Brasil
No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado em 28 de
janeiro, a Repórter Brasil, por meio do programa de Educação Escravo,
nem pensar!, apresenta dados inéditos* do projeto “Perfil Resgatado”,
cujo objetivo é traçar as rotas migratórias e os perfis de trabalhadores
escravizados, mapeando suas origens, os destinos onde foram explorados e
as atividades econômicas. O projeto abarca todo o período da série
histórica, desde 1995.
No que se refere às migrações internas,
compreendendo fluxos interestaduais, na série histórica (1995-2023), a
principal rota é de maranhenses para o Pará: foram 3.154 trabalhadores
originários do Maranhão resgatados sobretudo na pecuária. No entanto,
fazendo um recorte dos últimos cinco anos dos dados disponíveis
(2019-2023), o cenário é outro: a principal rota passa a ser de baianos
para Minas Gerais, com 437 trabalhadores resgatados, especialmente no
café.
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Nas migrações internacionais também se observam mudanças. Na
série histórica (2010-2023), o principal país de origem de trabalhadores
resgatados é a Bolívia (43%) e a atividade econômica com maior número
de registros é a confecção têxtil (52%). Em um recorte do último
quinquênio (2019-2023), o país de origem da maior parte dos resgatados
passa a ser o Paraguai (47%) e a atividade que se destaca com registros
de exploração laboral é a fabricação ilegal de cigarros (28%).
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Após 30 anos de combate ao trabalho escravo, a política pública
deve ser aprimorada. Nesse sentido, o projeto “Perfil Resgatado”
contempla o compromisso da Repórter Brasil com a produção de
conhecimento e atualização de informações frente às novas dinâmicas do
problema.
*Dados do MTE sistematizados pela Repórter Brasil
Foto: Sérgio Carvalho/Ministério do Trabalho e Emprego
Publicado em 28 jan. 2025
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