IBGE muda PNAD TIC e vai medir trabalho remoto e pelas plataformas digitais
Por Luís Osvaldo Grossmann | Convergência Digital
O IBGE anunciou nesta sexta, 16/9, que a PNAD Contínua com foco em tecnologias da informação e comunicações terá novos módulos sobre teletrabalho e trabalho realizado por meio de plataformas onlines, caso dos variados apps de transporte, comida, compras, etc. As inovações começam a ser aplicadas nas entrevistas do quarto trimestre deste 2022 e também incluem perguntas sobre uso da internet das coisas nos domicílios.
“Essa revisão buscou incorporar aspectos relativos às mudanças tecnológicas dos últimos anos. E depois da Covid-19, se potencializou a importância de se investigar esses temas, com aumento de pessoas trabalhando no próprio domicilio, pelo desenvolvimento de atividades remuneradas por aplicativos, a influencia do aplicativo na mão-de-obra”, explicou o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
A parte relacionada a trabalho faz parte de uma colaboração entre o Instituto, o Ministério Público do Trabalho e a Unicamp e ganhou um módulo específico na PNAD Contínua. Segundo Azeredo, isso não é trivial de ser captado, porque os próprios recenseadores precisam distinguir trabalho remoto e teletrabalho. “A contadora ou a pessoa que faz docinhos em casa para vender não estão sendo considerados como teletrabalho. É atuação fora do local de trabalho, combinada com uso de tecnologia”, explicou
Ainda nesse terreno, a PNAD também vai investigar o trabalho por plataformas digitais. A ideia é identificar como trabalho único ou principal, a influência do aplicativo na execução das tarefas, na determinação de preços, na escolha de clientes, estratégias de promoção, por exemplo. Também vai avaliar a obtenção de clientes por aplicativos, a venda por plataformas de comércio eletrônico, etc.
A pesquisa com foco em TICs já investiga o uso de TV por assinatura, mas vai buscar entender melhor o uso de streaming, pago ou não, vai diferenciar parabólicas para recepção analógica ou digital, acesso por 3G, 4G ou 5G, a existência de WiFi gratuito em universidades, bibliotecas, postos de saúde, hospitais, parques ou praças, e até mesmo explorar melhor o uso pessoal de aplicações online.
“As pessoas às vezes dizem que não usam a internet, mas por não entender Whatsapp ou rede social como internet. Nesse caso vamos buscar um indicador mais robusto, com perguntas específicas sobre apps”, diz a analista do IBGE Alessandra Brito. Foram incluídas perguntas como se o entrevistado recebeu correio eletrônico, se enviou mensagem de voz, rede social ou streaming, utilizou app de transporte ou compra, serviço público, acesso a serviços financeiros.
O IBGE também vai tentar identificar se já existem equipamentos associados à internet das coisas nos domicílios do país. “Nesse caso da IoT, vamos captar a existência de dispositivo doméstico inteligente conetcado à internet, como câmeras, caixa de som, lâmpadas, ar condicionado, geladeira, etc. Esse é um questionamento difícil e também está entrando na PNAD como um aprendizado”, disse o diretor Cimar Azeredo.
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Fonte: Convergência Digital
Data original da publicação 16/06/2022