Artigo – Financeirização e disciplina do trabalho no capitalismo contemporâneo
Por Lucas Prata Feres, Alex Wilhans Antonio Palludeto e Hugo Miguel Oliveira Rodrigues Dias | Instituto de Economia UNICAMP
Resumo
Propósito
Partindo de uma abordagem de economia política, este artigo tem como objetivo analisar as transformações ocorridas no mercado de trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo, com foco no fenômeno da financeirização.
Design/metodologia/abordagem
A financeirização é definida como um padrão de riqueza distinto, marcado por uma proporção crescente de activos financeiros na riqueza capitalista. Nos mercados financeiros, o desempenho empresarial é continuamente avaliado, num processo que disciplina a gestão para alcançar os resultados financeiros esperados, com consequências em toda a gestão corporativa.
Descobertas
Constatamos que este fenómeno tem implicações na gestão do trabalho, resultando na intensificação dos processos laborais e na adopção de formas de emprego inseguras, conduzindo à fractalização do trabalho. Estes dois mecanismos, somados ao endividamento dos trabalhadores, constituem três elementos para disciplinar o trabalho no capitalismo contemporâneo.
Originalidade/valor
Argumentamos que estas formas de disciplina constituem uma subsunção do trabalho ao financiamento, resultando num aumento da exploração do trabalho. Esta formulação da relação entre a financeirização e as mudanças no domínio do trabalho também contribui para a compreensão do potencial irrealizável do tempo social livre no capitalismo contemporâneo.
Palavras-chave
- Financialização
- Neoliberalismo
- Processo trabalhista
- Disciplina trabalhista
- Expediente
- Mercado de trabalho
- Capitalismo contemporâneo
Original em inglês, traduzido livremente pela bolsista da ABET, Júlia Zenni Lodetti
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Por Lucas Prata Feres, Alex Wilhans Antonio Palludeto e Hugo Miguel Oliveira Rodrigues Dias | Instituto de Economia UNICAMP
Data original de publicação: 14/03/2024