‘Só nos vemos na garagem’: as famílias que dividem o carro para trabalhar 24h por dia em apps de transporte

Imagem: Ederson Nunes/Agência Senado

Por Leandro Machado| BBC News

“Na garagem, a conversa é sempre rápida, pois tempo perdido é dinheiro perdido.

Por volta das 6h, Rafaela Machado, 32, se despede das duas filhas e abre a porta da casa ainda em construção no bairro de Guaianases, periferia da zona leste paulistana.

Seu marido, Elisangelo Sena, 35, aguarda do lado de fora do carro. Os dois se cumprimentam: “Oi, como estão as coisas? Tudo certo, beijo, tchau, manda mensagem”. Ele passa a chave do veículo para ela, colocando fim em uma jornada e iniciando a outra.

Esse breve encontro é a primeira das duas vezes em que eles vão se ver hoje. E, em meio a raros momentos de descanso a dois, provavelmente esse ciclo vai se repetir amanhã, depois de amanhã, no fim de semana e em 2020.

Rafaela e Elisangelo formam uma família de motoristas de aplicativos de transporte. Todos os dias, eles dividem um carro alugado para fazer duas jornadas diárias em sequência — 12 horas para cada um.

Ela começa no horário de pico da manhã, quando milhões de paulistanos se deslocam ao trabalho. Dezenas de viagens depois, Rafaela volta para casa por volta das 18h.

Encontra Elisangelo na garagem e passa a chave do carro para ele, repetindo a cena de horas antes. E começa tudo de novo, dessa vez com ele ao volante.

Nos últimos dias, a BBC News Brasil conversou com famílias como a de Rafaela e Elisangelo, que hoje se dedicam a trabalhar com plataformas de transporte, como a Uber e a 99.

Elas desenharam um quadro parecido: foram parar nos aplicativos por causa do desemprego em meio à crise econômica, mas conseguem se manter e pagar as contas com a renda das viagens. Por outro lado, estão trabalhando cada vez mais para atingir suas metas, sobrando pouquíssimo tempo para descansar e manter relações familiares.”

Clique aqui e confira a reportagem completa.

Fonte: BBC News
Data original de publicação: 25/11/2019

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