Trabalhadores americanos abandonam empregos em massa

Imagem: Unsplash

Por Lúcia Guimarães | Folha de São Paulo

“No mês de agosto, um número recorde de 4,6 milhões de americanos pediram demissão. Não sabemos quantos foram para casa cruzar os braços, quantos trocaram de profissão, quantos —a maioria mulheres— não têm condições de trabalhar por causa do alto custo de creches.

longa quarentena imposta pela pandemia acelerou o descontentamento em toda a força de trabalho, e essa tendência tem diferentes motivos a depender das profissões e das faixas de renda. Os americanos trabalham mais do que qualquer outra população nos países ricos; não é incomum uma semana de 50 horas de jornadas.

recorde de demissões voluntárias foi impulsionado por empregados de restaurantes, bares e hotéis. Os salários baixos, a dependência de gorjetas e o clima de guerra civil criado pelo público radicalizado em torno de máscaras, distanciamento e obrigação de vacinar-se contra a Covid tornou boa parte da indústria de serviços uma atividade de risco.

A pandemia viu nascer em Nova York o grupo Los Deliveristas Unidos, que reúne um número estimado de 80 mil entregadores de refeições e alimentos, a maioria trabalhando para serviços de aplicativos como Uber Eats. Em setembro, a Câmara Municipal aprovou a primeira lei do país de proteção para os “deliveristas” —salário mínimo, acesso a banheiros e outras melhorias para a explorada categoria que se mostrou crucial durante a quarentena.

As cenas de agressão física a bordo de aviões viraram rotina. Comissários de bordo agora recebem aulas de defesa pessoal. Dezenas de milhares desses profissionais que se ausentaram durante a quarentena não retornaram.

Há escassez de professores na rede pública, especialmente em disciplinas como matemática e ciências, pelo fato de que especialistas nessas áreas podem ser atraídos por empresas em áreas ligadas a, por exemplo, tecnologia. Um distrito escolar da Califórnia recorreu ao gesto desesperado de colocar flyers nas lancheiras dos alunos anunciando vagas abertas. Aqui pesa também o estresse no trabalho. Com o retorno das aulas presenciais, pais passaram a encenar revoltas contra medidas sanitárias.

Há uma aguda escassez de enfermeiros e trabalhadores na área de saúde agravada pela entrada em vigor da exigência de vacinas. O maior complexo hospitalar de Nova York demitiu 1.400 funcionários na primeira semana de outubro. E pelo menos em um hospital mundialmente famoso da cidade fui informada de que havia dez médicos entre os demitidos por recusar a imunização contra a Covid. (…)”

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Fonte: Folha de São Paulo

Data original da publicação: 13/10/2021

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