O trabalho infantil e o país dos desempregados
Por que ideias como as do presidente do Brasil, de que ‘para consertar uma criança delinquente é só pôr no trabalho pesado’ e que o trabalho infantil ‘molda o caráter’, podem aumentar a desigualdade e enfraquecer a democracia
Por Euzébio Jorge Silveira de Sousa e Carlos Eduardo Siqueira
“Por que defender o trabalho infantil em um país com elevado desemprego? No mundo, 210 milhões de adultos sofrem com o desemprego, ao passo que existem 152 milhões de crianças trabalhando, segundo Kailash Satyarthi, ganhador do prêmio Nobel da paz. Satyarthi afirma ainda que nos últimos 20 anos o número de crianças trabalhando reduziu de 260 milhões para 152 milhões, o que correspondeu a uma redução de 42%. No entanto, no Brasil, ao menos 1,8 milhão de pessoas entre 5 e 17 anos trabalhavam em 2016, número que pode chegar a 2,5 milhões se for considerado o trabalho de subsistência, segundo o Fórum nacional de prevenção e erradicação do trabalho infantil.
Outro dado relevante sobre trabalho e educação é que mais de 2/3 dos homens jovens entre 15 a 24 anos que foram trabalhadores infantis possuem uma escolarização de até o ensino primário completo, segundo relatório World Report on Child Labour 2015 da OIT, indicando assim que, quanto mais cedo se ingressa no trabalho, mais precocemente se abandona a educação (OIT, 2015).”
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Fonte: GGN
Data original de publicação: 29/08/2019